Em uma cidade grande como o Rio de Janeiro, seria inviável que o trânsito fluísse sem complicações tendo tantos veículos e vias sob a responsabilidade exclusiva da população, sem o comando de uma autoridade. Por isso, os Coordenadores de Cidade, profissionais no monitoramento do tráfego do município, são tão importantes para o deslocamento pelas ruas.
Alexander Barbosa Robertson, conhecido pelos colegas como Alex, está no cargo desde 2016. Chegou ao posto inicialmente como apoio ao coordenador da época, antes de ocupar a cadeira titular, após anos de trabalho na aviação comercial.
Trajetória na aviação
A paixão pela aviação surgiu quando um amigo do pai de Alex contou sobre uma experiência que teve na área, e o interesse surgiu de imediato. Durante a trajetória, o coordenador passou pela extinta Rio Sul Linhas Aéreas como despachante. Posteriormente, atuou pela Varig, Gol e Avianca, até fazer o curso de DOV (Despachante Operacional de Voo).
“Vamos imaginar que um piloto faz a parte prática do voo e o DOV faz a parte técnica, ou seja, faz todos os cálculos e tudo que o comandante precisa utilizar na prática. Monitora dados e quantidade de combustível que o avião precisa, também seleciona o aeroporto de alternativa, define o balanceamento da aeronave, como serão distribuídas as cargas e verifica se tem alguma pista interditada no aeroporto. O DOV faz tudo isso e entrega pronto para o piloto”, explica.
Mas, afinal, qual é a importância do coordenador de crises para o município do Rio de Janeiro?
“O coordenador faz a integração para facilitar o deslocamento de uma determinada agência para as ocorrências e para que as respostas sejam mais rápidas a tudo aquilo que a cidade precisa para facilitar a mobilidade urbana. Ele faz a distribuição das atividades. Em uma situação de enguiço, por exemplo, quanto menor o tempo para a gente reagir a esse tipo de demanda, mais vai facilitar a rotina das pessoas para que cheguem mais cedo ao trabalho, tenham o carro consumindo menos combustível, menos estresse no trânsito, enfim, precisa coordenar tudo o que a cidade precisa para facilitar a vida de todos”.
“O coordenador faz a integração para facilitar o deslocamento de uma determinada agência para as ocorrências e para que as respostas sejam mais rápidas a tudo o que a cidade precisa para facilitar a mobilidade urbana. Ele faz a distribuição das atividades. Em uma situação de enguiço, por exemplo, quanto menor o tempo para a gente reagir a esse tipo de demanda, mais vai facilitar com que as pessoas cheguem mais cedo ao trabalho, tenham o carro consumindo menos combustível, menos estresse no trânsito, enfim, precisa coordenar tudo o que a cidade precisa para facilitar a vida de todos”.
Durante os oito anos coordenando o município do Rio, uma das ocorrências que mais marcou Alex foi em março de 2023, quando uma carreta que carregava galinhas vivas tombou no Giro do Cebolinha, na Estrada do Gabinal, em Jacarepaguá, na altura da Linha Amarela.
“Eu lembro do momento em que uma outra carreta chegou ao local para fazer o transbordo da carga – tirar a carga de um veículo e passar para o outro – e apareceram muitas pessoas para pegar as galinhas e levar para casa. A CET-Rio e a Polícia Militar estavam no local tentando tirar o pessoal da via. Estava um caos. Foi uma situação bem inusitada porque chamou a atenção de todos e causou um grande impacto no trânsito da região. A gente já tinha visto queda de carga, mas com galinhas vivas, acho que foi a primeira vez”.
As semelhanças entre o trânsito pela terra e pelo ar
Alex contou que escolheu a profissão por ter relação com a área que ele já atuava durante a passagem pelo Centro de Controle Operacional da aviação.
“Aqui também é um CCO, só que, em vez de ter pessoas que coordenam as escalas de voo e tripulação, aqui temos as agências como Águas do Rio, CET-Rio, Guarda Municipal e tantas outras. As agências são diferentes, mas a conexão e o espírito se assemelham nesse quesito”.
O primeiro grande evento na cidade que Alex fez o monitoramento no COR foi o Rock in Rio de 2017. Segundo ele, a diferença desta edição para a de 2024 é que agora podem ser feitos muitos ajustes para melhorar em relação ao evento anterior.
“É um evento de grande impacto e importância para o Rio de Janeiro. Existem algumas situações que precisamos corrigir, como um determinado número de ônibus, algo que deu errado. Fazemos o debriefing e ajustamos para que dê tudo certo nos próximos eventos. O de 2024 com certeza foi bem melhor que o de 2017, depois que fizemos os ajustes necessários.”
Com as milhares de ocorrências por semana, Alex afirma que o mais difícil em coordenar a cidade é tomar a decisão correta para o momento.
“Sempre que passamos por uma determinada situação ou demanda nova, precisamos de um momento para refletir e naquela reflexão ali precisamos atuar com a experiência que adquirimos até o momento, o conhecimento, a ajuda de outras pessoas também, se for necessário, e tomar a decisão mais correta e eficaz”.